A importância dos “papéis” na infância

Os papéis, na terapia ocupacional, são definidos como um conjunto de comportamentos esperados pela sociedade, moldados pela cultura, podendo ser conceptualizados e definidos pela pessoa.
Os papéis da criança são dinâmicos, de tal modo que são adquiridos e substituídos ao longo da vida. Estes papéis mudam ao longo do dia e de toda a vida, sendo regulados pela idade, as competências, as experiências, as circunstâncias e o tempo. A aquisição de um papel é um processo contínuo em que as competências já adquiridas se vão transformando de modo a que a criança assuma novos papéis mais exigentes e assim se vá desenvolvendo e tornando mais autónoma e independente. Assim, é muito importante que a criança tenha contacto e oportunidade de se envolver em diferentes atividades nos contextos em que se move (em casa nos contextos familiares e na escola).
As rotinas diárias são momentos por excelência de extrema importância para proporcionar à criança a oportunidade de assumir diferentes papéis e os desenvolver. A participação nos diferentes momentos das rotinas familiares como os momentos de arrumação e limpeza, a confeção de refeições, os passeios e programas de lazer, para além de todos os momentos de auto cuidados como a higiene, o vestir/despir e a alimentação deverão ser uma constante nos dias da criança.
A participação nestas atividades poderá e deverá ser estimulada como um momento de convívio entre os elementos da família, de forma lúdica e despreocupada para que a criança aumente o interesse em envolver-se nas mesmas, aprenda coisas novas e desenvolva novos interesses.
Este tipo de autonomia no contexto familiar levará a que a criança se sinta competente para assumir outro tipo de papéis na sua vida como por exemplo na escola e nas relações interpessoais.

Mariana Ventura
Terapeuta Ocupacional – ESTIMULOPRAXIS