Programa Intensivo para Crianças e Adolescentes com PHDA

A Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção é caracterizada pela presença de níveis de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade, inadequados, persistentes e inapropriados para a idade (APA, 2013). São vários os estudos que comprovam que esta perturbação afeta o desempenho das funções executivas ao nível cognitivo (e.g. atenção, velocidade de processamento, memória, planeamento, entre outras) e emocional (e.g. humor irritável, pensamento desviante, dificuldade ao nível da integração social, tomadas de decisões, entre outras).

Com base numa pesquisa bibliográfica foi possível verificar que são vários os estudos científicos, ao nível de programas intensivos para crianças e adolescentes na PHDA, que utilizam a estimulação cognitiva. Desde 2013 tem-se vindo a comprovar que a aplicação de programas intensivos para crianças e adolescente com PHDA, com durabilidade de mínima de quatro semanas composta por 15 sessões, conseguem obter resultados positivos ao nível do comportamento na sintomatologia do défice de atenção.

No entanto, nestes estudos é também mencionada a importância de uma maior durabilidade da intervenção na obtenção de melhores resultados, tanto ao nível do comportamento como das funções executivas afetadas (Amonn et al, 2013). Também estudos mais recentes, como o estudo de Albrecht et al. 2017, reforçam os efeitos positivos verificados em programas com uma durabilidade de 6 meses, perfazendo um total de 20 sessões, ao nível da aprendizagem e do comportamento.

Pretendemos, por isto, com o nosso programa intensivo para crianças e jovens com PHDA, composto por 24 a 26 sessões com uma durabilidade de 2 sessões por semana (1h cada uma), durante três meses, atingir os seguintes objetivos:

  • Identificar as dificuldades que a criança/adolescente possui nos diversos contextos (individual, casa, escola, social etc), corresponder aos objetivos dos pais, e claro através das atividades consiga gerir/descarregar o stress acumulado diariamente de uma forma dinâmica e sem danos;
  • Estimulá-lo para a aprendizagem de uma forma lúdica, com reforço positivo, demonstrando que ele é capaz e auxiliando-o a lidar com os níveis de frustração, através do trabalho para a aceitação dos limites;
  • Integrar a família neste contexto e, em conjunto, evoluir;
  • Avaliar o estado evolutivo no final do programa a nível cognitivo e emocional;

E, com isto, objetivamos que, no final do programa, a criança/adolescente se torne capaz de se autorregular, manter o foco de atenção, de planear o seu dia e otimizar as atividades escolares e sociais, diminuído a frustração, as inseguranças, entre outras dificuldades associadas.

Dra. Sandra Antunes