A formação no seu contexto geral significa um conjunto de atividades que visam a aquisição de conhecimentos, capacidades, atitudes e formas de comportamento exigidos para o exercício das funções quer parentais, quer profissionais.
No âmbito do Desenvolvimento Infantil é importante reunir temáticas que contribuam para o desenvolvimento de competências parentais e para a melhoria da qualidade das intervenções dos profissionais, baseando-se no profissionalismo, dedicação técnica e na permanente partilha de conhecimentos e experiências.
Atualmente é reconhecido que as características do contexto familiar em que uma criança cresce, ou seja, a qualidade das interações pais-criança e as vivências e experiências proporcionadas à criança por estes, têm uma grande importância no seu desenvolvimento e aprendizagem. No entanto, neste processo de educação, surgem dúvidas e desafios para os quais os pais nem sempre se sentem preparados, sobretudo quando têm à sua responsabilidade a educação de uma criança com alterações no percurso do seu desenvolvimento. Assim, a formação parental surge como uma oportunidade para todos os pais que estejam interessados em saber mais, em partilhar as suas experiências e as suas dúvidas no processo de educação dos seus filhos e em melhorar o seu desempenho como pais e educadores. A formação para pais pode, então, ser definida como o processo de fornecer aos pais ou outros prestadores de cuidados conhecimentos específicos e estratégias para os ajudar a promover o desenvolvimento da criança (Mahoney et al., 1999). A investigação sobre os benefícios da formação parental tem demonstrado que esta aumenta a autoconfiança e satisfação no desempenho das funções parentais, melhora a qualidade da interação pais-criança e aumenta o nível de conhecimento sobre aspetos específicos do desenvolvimento infantil.
Também, nunca como hoje, os técnicos de ação social, educação e saúde terão estado tão atentos às necessidades das crianças e ao desempenho educativo dos pais. Estes técnicos, para poderem ter um bom desempenho, devem procurar conhecer as necessidades e prioridades de cada família e criança com que trabalham, bem como ter um domínio dos conhecimentos científicos básicos necessários ao seu trabalho, o que passa, entre outras coisas, pelo domínio de conhecimentos sobre os cuidados de saúde, higiene, psicologia, linguagem, desenvolvimento físico e questões de atendimento em situações de necessidades especiais. Para isso, é fundamental estar em constante processo de construção de seus próprios conhecimentos, de forma a desenvolver as competências necessárias para acompanhar e apoiar de forma contextualizada e em permanência as crianças e as suas famílias.
Neste sentido a ESTIMULOPRAXIS desenvolve ações de formação específicas tendo como público-alvo essencialmente pais, técnicos de saúde e de educação, procurando, de uma forma integrada e fruto de um acompanhamento constante, reunir um conjunto de temáticas que contribuem para o desenvolvimento de competências parentais e para a melhoria da qualidade das intervenções dos profissionais.
Dra. Sandra Antunes
Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação
Dra. Paula Santos
Técnica Superior de Reabilitação Psicomotora