Massagem Infantil em Bebés com Necessidades Especiais

Se pensarmos num bebé com Necessidades Especiais (NE), temos que recordar que devemos respeitar o bebé e as necessidades dos pais. Este é um princípio que deve estar presente para todos, mas sobretudo para estes bebés e pais, devido às condições diferentes que estas situações podem envolver.
O bebé com défices mental, visual, auditivo, de desenvolvimento ou atraso, por vezes, não consegue responder de forma habitual aos pais. Às vezes, a interacção entre os bebés e os pais pode ser diferente e inibida por causa disso, podendo levar os pais a sentirem-se fora de controlo. Os pais de bebés com NE são muitas vezes bombardeados por toda a informação acerca das terapias que têm que realizar e pelo facto de ao mesmo tempo que comemoram a vinda de um bebé novo surge também a aflição desta situação. Os pais podem desenvolver diferentes reacções emocionais quando descobrem que o seu filho tem NE, tais como: confusão, negação, culpa, zanga, depressão, intelectualização, aceitação… Estes sentimentos normais podem conduzir a algumas diferenças no processo de vinculação.
A rotina da massagem pode funcionar como uma ferramenta para promover este processo nos pais que têm um filho com NE.
Para ajudar os pais é importante respeitar os seus sentimentos tal como o processo de vinculação com o bebé. É possível que existam algumas formas de comunicação diferentes. A primeira coisa a fazer é ouvir activamente. Há que aceitar e respeitar os pais tal como eles são; deve-se procurar estabelecer uma relação empática de modo a estabelecer um clima de confiança em que todos se sintam confortáveis sendo iguais a si próprios, expressando os seus sentimentos e preocupações. É, por isso, é muito importante desenvolver uma capacidade emocional e um processo de “bonding” entre os pais e o bebé. Os procedimentos da massagem devem ser flexíveis de modo que possam responder às necessidades fisiológicas e limitações do bebé.
Antes de se iniciar a rotina da massagem é importante solicitar aos pais que consultem os técnicos de saúde que acompanham o bebé no sentido do instrutor ter informações que lhe indiquem se o bebé está preparado para realizar toda a rotina da massagem ou se existem movimentos que não podem ser realizados. Às vezes, existem algumas adaptações que têm que ser feitas.
Tal como com os outros pais, é fulcral dar suporte às interacções positivas que possamos observar. Deve promover-se sentimentos de competência nos pais para que estes possam sentir-se capazes de lidar com o que quer que surja com os seus bebés, que eles têm as ferramentas, o conhecimento e o amor e qualquer outra coisa que necessitem.
Estes pais e bebés devem integrar um qualquer grupo e, apenas, receber algumas indicações específicas quando necessário, como por exemplo começar a massajar a parte mais saudável do corpo.
Para todos os pais, e para estes em particular, o instrutor de massagem deve estar atento, ouvir e tentar adaptar os procedimentos da massagem e as suas instruções, deve ser cuidadoso e observar as reacções dos bebés e dos pais. É importante demonstrar que estão lá para eles e para os ajudar no processo de vinculação e aprendizagem.

Dr.ª Lídia Martins
Técnica Superior de Educação Especial e Reabilitação
Psicomotricista